O mosh,"dança" caótica e violenta praticada por metaleiros, assemelha-se ao movimento de um gás, concluiu estudo.
Sem saber, metaleiros estão dando uma contribuição importante à cultura ao praticarem uma dança caótica e violenta em concertos de heavy metal, um tipo de rock rápido, distorcido e barulhento. A análise desse comportamento pode ajudar cientistas, engenheiros e arquitetos a salvar vidas.
A ciência tem estudado o
movimento coletivo de pássaros e peixes. E isso tem ajudado a entender movimentos
organizados de humanos, como pessoas atravessando faixas de pedestres, entrando
e saindo de estações de metrô, caminhando em largas avenidas e mesmo a famosa “ola”
nos estádios.
Mas como entender a multidão
em fúria ou pânico? A não ser em computadores,
essas situações são difíceis de simular. E, mesmo nas simulações com humanos,
os voluntários não se comportam como em uma situação real – e, por motivos
claramente éticos, não se pode causar pânico ou medo em lugar cheio de gente
para analisar o que acontece.
O grupo de Jesse Silverberg,
da Universidade Cornell (EUA), encontrou
algo bem parecido com isso no som e na fúria dos concertos de heavy metal. Nessas apresentações, é
comum que parte da platéia pratique o chamado mosh, um movimento coletivo que se assemelha a choques corporais
aleatórios (e, por vezes, violentos) contra a pessoa na vizinhança mais
próxima.
Os pesquisadores analisaram
vídeos de platéias de heavy metal
postados no YouTube. Aplicaram a eles modelos matemáticos e computacionais,
concluindo que o mosh pode ser
modelado como um gás em duas dimensões.
Os resultados ficaram ainda
mais interessantes. A equipe notou que, quando o efeito de manada entre os
praticantes começa a superar a aleatoriedade inicial do mosh, emerge espontaneamente um movimento ordenado que se assemelha
a um vórtice.
Publicados em Physical
Review Lettes (31/05/13), os resultados, dizem os autores, podem ajudar a
entender o movimento coletivo de humanos em situações extremas de medo ou fúria
e ajudar engenheiros, arquitetos e planejadores públicos a projetar ambientes
para evitar ferimentos e até mortes de pessoas.
Para os que se interessaram
pelo assunto, o grupo de Silverberg tem uma página ( em inglês) com vídeos e
simulações ( http://bit.ly/X7hcCR)
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